Nota do Autor | A Liberdade de Expressão | O Valor das Palavras

A paixão pelas palavras nasceu cedo. Dizem os meus pais que mesmo antes de ingressar no ensino primário já escrevia um punhado delas. Ora, a paixão pela leitura e pela escrita veio a reboque; imediatamente a seguir. No entanto, apesar do respeito e consideração que lhes tenho, cada vez mais tenho para mim que palavras são só palavras. Quando ditas, são apenas sons proferidos pela nossa boca construídos pelas propriedades das nossas cordas vocais, garganta, língua, etc.. Quando escritas, são apenas desenhos, riscos ou rabiscos numa superfície de papel (ou de outra matéria qualquer) ou num espaço virtual como este blogue. É – parece-me claro – o significado que lhes atribuímos que lhes dão ser e importância. A verdadeira liberdade de expressão está na sabedoria de perceber que sons e rabiscos não destroem nem constroem, em sentido material.




Com uma liberdade de expressão cada vez mais plena, surgem na sociedade cada vez mais polícias do verbo ou balanças-humanas do peso da fala e da escrita. Afinal o que é que se pode ou não dizer e/ou escrever? Quais são os limites do humor? Façam esta pergunta a um comediante e ele rirá na vossa cara, de tão banalmente primária que é a resposta. Ou então apenas porque já responderam tantas vezes a essa pergunta obtusa que mais nada de sensato lhes ocorre a não ser o gracejo. Os limites do humor são o próprio humor. Ou seja, se existe comicidade ou não. Dito de forma mais simples: se tem piada, é humorístico; se não tem, não é. E isto vale para tudo. Os limites do que quer que seja nunca são as palavras. Palavras dizem muito mais de quem as diz e escreve do que o que faz a quem as ouve ou lê. É isto mesmo que pretendo com este projecto a que chamei “Rio Com Muito Gosto”: fazer bom uso desta língua de Camões para expressar publicamente os meus devaneios, opiniões, conhecimentos e considerações sobre tudo e sobre nada.




Se algum dia me sentasse na cadeira de frente para o Director-Geral de Entretenimento e Programas da SIC dir-lhe-ia que gosto de viagens e da natureza; gosto do sol, dos dias quentes e dos fins de tarde estiais; amo a música e todas as formas de arte (mas mais a música); tenho um fascínio longevo pela Filosofia e pela Teologia – intrigam-me (pela positiva) as questões relacionadas com a Crença e a Fé, bem como as tentativas de resposta às questões fundamentais (Quem Somos? De Onde Vimos? Para Onde Vamos?); gosto de viver, de caminhar lado-a-lado com a minha família e amigos e de acreditar que vale a pena fazer o bem enquanto este chão pisarmos. Só não me perguntem o que dizem os meus olhos.


 


    
        Não prometo aos leitores deste blogue respostas para nenhuma das perguntas acima descritas. Apenas informo que darei uso à minha liberdade de expressão com leveza e boa disposição, com rigor (sempre que necessário) com os intuitos únicos e exclusivos de entreter, informar, divertir e pôr a pensar.

Obrigado por me acompanharem nesta aventura.

O autor.

 




“Eu discordo do que tu dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo.”

Frase erradamente atribuída a Voltaire mas que resume fielmente o pensamento do escritor e filósofo iluminista francês do século XVIII. A frase foi lavrada por Evelyn Beatrice Hall, a escritora britânica que escreveu a biografia de Voltaire em 1906 sob o pseudónimo de Stephen G. Tallentyre.


 

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