4 séries faladas em espanhol e basco que não podes perder!
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30
Monedas (30
Moedas)
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| HBO Portugal |
Uma das séries mais empolgantes que vi. O argumento fala por si. No mínimo, criativo e original.
Uma espécie de disclaimer: 30
Moedas é uma série de ficção e entretenimento. Apesar de abordar assuntos
relacionados com a Fé Cristã, os princípios católicos e a autoridade da Igreja, os crentes mais fervorosos não devem (na minha opinião) sentir-se ofendidos ou
atacados; aliás, se se sentirem ofendidos ou atacados (diria eu) é porque não
são assim tão fervorosos ou, pelo menos, não estão muito bem esclarecidos
quanto aos princípios que devotam.
Desde tempos remotos,
a Igreja Católica preserva nos seus templos relíquias dos santos. Chamamos “relíquias
dos santos” a partes do corpo do próprio santo (como fios de cabelo, ossadas,
etc.) ou então a objectos tocados por estes santos (como roupas que estes
vestiram, manuscritos, etc.). A série 30 Moedas atribui a estas relíquias
poderes de protecção contra o mal, o demónio. Como que uma energia divina que
está presente nestes itens.
O título “30 Moedas” é
uma referência às 30 moedas de prata que Judas Iscariotes recebeu por entregar
Jesus Cristo aos Sumos Sacerdotes, segundo o Evangelho de São Mateus 26:15. Por
esta acção, Judas é até hoje conhecido como o apóstolo que traiu Jesus e, por
isso, desprezado entre os fiéis. Mas, e se Judas Iscariotes for – afinal – o
maior dos santos? Na verdade, se ele não tivesse entregado Jesus, o rumo da
História teria sido totalmente diferente. Foi preciso Judas vender a sua alma,
corromper-se, para que o Filho de Deus levasse adiante o seu plano messiânico.
Judas sacrificou-se para que Deus triunfasse. Vendeu-se. E o preço foram 30
moedas de prata. As 30 moedas que custaram a morte de Cristo. Por este motivo,
as 30 moedas são, elas próprias, a relíquia mais poderosa na Terra, quando
todas reunidas.
O padre Vergara (Eduard Fernandéz) sabe que há uma elite escondida no seio da Igreja Católica, liderada pelo seu antigo colega e agora Cardeal Santoro (Manolo Solo), empenhada em recuperar e reunir as 30 moedas a fim de levar a cabo um plano maléfico. Este grupo de «altas patentes» da Igreja Católica guarda segredos, mistérios, textos sagrados nunca divulgados, etc.. Para se proteger e impedir o triunfo do mal, o padre Vergara refugia-se – como pároco – numa pequena e discreta localidade de Espanha (Pedraza) onde vivem o alcaide Paco (Miguel Ángel Silvestre) e a veterinária Elena (Megan Montaner).
Conseguirá o padre Vergara
manter este segredo por muito tempo? Será ele capaz de proteger aquela pequena
comunidade de todo o terror que aí vem?
Vale a pena!
A
série, criada e dirigida por Álex de la Iglesia em 2020, tem cenas rodadas em
cidades como Jerusalém, Roma, Nova Iorque, Madrid e Salamanca. São oito
episódios de mistério, suspense, terror, criaturas místicas e muita acção.
Patria (Pátria)
Esta magnífica obra de ficção passa-se num contexto
histórico real entre os anos 80 do século passado e o início da segunda década
do século XXI; um período durante o qual a organização separatista basca ETA levou a cabo centenas de
assassinatos, ataques violentos e sequestros em Espanha e em parte da França.
A trama começa nos anos 80
quando Txato (José Ramón Soroiz) – um importante empresário de uma
povoação basca – é assassinado à queima-roupa em frente a sua casa. Tudo indica
que o crime fora cometido por membros da ETA.
As suspeitas recaem sobre Joxian Garmendia (Mikel Laskurain),
filho da melhor amiga da esposa de Txato.
Bittori (Elena Irureta) e Miren (Ane Gabarain) são as personagens centrais do enredo. Outrora
amigas inseparáveis, vêm-se agora desavindas quando o filho de uma está
relacionado com a organização que matou o marido da outra. As opiniões
relativas aos ideais da ETA
dividem-se por toda a vila. Se uns consideram patriótica a acção da
organização, outros condenam veementemente os seus procedimentos.
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A tensão que se vivia
naquela época no País Basco, a morte do marido, o fim da empresa e o facto de
os filhos, já crescidos, viverem fora levou Bittori a mudar-se. Contudo, em
2011 – depois do cessar-fogo da ETA e
já próxima da sua morte –a esposa de Txato regressa à vila onde tudo aconteceu
em busca da verdade. Terá Joxian matado Txato?
Mais do que uma série
de guerra ou acção (que também tem), esta é uma história de perdão, de
aceitação, de perda, de relações humanas, de amizade, de amor.
Vale a pena!
Série
de oito episódios lançada em 2020, escrita por Aitor Gabilondo, baseada no
romance homónimo de Fernando Aramburu de 2016.
La
Sala (A Sala)
Estamos perante um thriller policial e psicológico à volta da história do inspector de polícia Yago Costa (Francesc Garrido); um enigmático e audaz interrogador da divisão de homicídios do distrito 12 agora preso por ter matado o seu chefe de esquadra e ex-parceiro Luis Corbalán (Raúl Prieto) sem motivo aparente.
Na prisão, Yago Costa pretende dar a conhecer ao mundo –
através de uma série de entrevistas que desembocarão num documentário – a
verdadeira razão que o levou a matar o seu amigo. A repórter escolhida (pelo
próprio) para a realização das entrevistas é Sara Sibilio (Natalia Rodríguez),
uma jovem e sensual jornalista do Canal 8. Porque terá – o polícia – escolhido
esta inexperiente profissional de televisão para tão importante tarefa? A
verdade é que lhe relata tudo, tim-tim por tim-tim, o que foram os seus últimos
anos de trabalho ao lado daquele que viria a matar. Os casos mais badalados em
que trabalharam, a presença da juíza Lola Solozábal (Goya Toledo) na vida de
ambos, etc.. Mas conseguirá a periodista Sara Sibilio a resposta para a
pergunta chave de toda a série? E qual a verdadeira finalidade do documentário?
Esta série espanhola de oito episódios tem como palcos
principais duas salas (que lhe deram o título):
A sala de visitas da prisão onde Yago Costa se encontra
encarcerado; neste lugar, Sara Sibilio – de câmara e gravador – anota todos os
pormenores da vida do ex-polícia.
A sala de interrogatórios da esquadra de polícia do
distrito 12 onde os personagens
principais Yago Costa e Luis Corbalán exercem magistralmente as funções de
inspectores interrogadores. Ironicamente, é precisamente nesta sala que Costa
assassina friamente, com um tiro à queima-roupa, o companheiro Luis Corbalán.
Vale a pena!
Série de 2019 com direcção de Manuel Sanabria
e César Arriero.
El
Jardin De Bronce (O
Jardim De Bronze)
Esta emotiva – mas muito surpreendente – série argentina começa
com desaparecimento de uma menina de 4 anos chamada Moira Danubio (Lola
Toledo). A mãe de Moira, Lila Danubio (Romina Paula), é uma mulher a atravessar
uma profunda depressão. Sem perspectivas de melhoras, refugia-se nos livros e
no ócio negligenciando um pouco a família, devido à doença. Fabián Danubio
(Joaquín Furriel), o pai de Moira e marido de Lila, é – diria eu – o personagem
central da trama. O arquitecto, pai-coragem, move mundos e fundos para saber o
que aconteceu à sua filha e quem a terá levado. Na busca por respostas alia-se
a César Doberti (Luis Luque), um ex-inspector de polícia, agora detective
privado. Doberti dedica-se à investigação de desaparecimentos em troca da
recompensa oferecida pelo ministério público ou pelas famílias dos
desaparecidos. É uma personagem encantadora e divertida. Questiona a competência
da polícia e age por sua própria conta e risco, muitas vezes interferindo e
atrapalhando o trabalho dos agentes da autoridade. Mas, e se a polícia não
estiver mesmo a fazer o seu trabalho? O que terá realmente acontecido a Moira
Danubio? Alguém saberá mais do que o que diz e demonstra?
A série aborda o mundo dos raptos na américa latina, o
tráfico humano (sobretudo de meninas), conspirações, gangs, corrupção, relações humanas e familiares… Uma série sobre
coragem, sobre telhados de vidro, sobre amor, perdão e redenção.
Depois de uma primeira temporada em que tudo fica resolvido (baseada no livro homónimo de Gustavo Malajovich), a
produtora Pol-ka Produciones
aproveita o sucesso logrado até então e aposta numa segunda temporada escrita
totalmente do zero. Novas personagens são adicionadas, é repescada com novo
fulgor a inspectora Lidia Blanco (Julieta Zylberberg) presente na primeira
temporada, um novo ritmo de acção e – acima de tudo – um novo caso para Fabián
Danubio resolver. Desta vez, já não se trata de procurar a sua filha Moira mas o jovem Martín Cosme (Alejo Ramírez Borella) filho de Andrea Rodríguez (Paola Barrientos) com quem não pôde deixar
de sentir empatia. Será esta a verdadeira vocação de Fabián?
Vale a pena!
A
série de 2017 realizada por Pablo Fendrik e Hernán Goldfrid conta com oito
episódios em cada uma das duas temporadas.
O autor.























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